...A pontuação é a respiração da frase e minha frase respira assim. E se você me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar! ...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Regra geral eles aborrecem-me. Eles, os homens.
Todos em geral, nenhum em particular. Exceptuam-se as excepções. Raras. Aborrecem-me os homens com quem tenho uma conversa de 10 minutos dos quais adivinho o diálogo de 5. Aborrecem-me os homens previsíveis, elementares, básicos. Gosto de homens que jogam xadrez comigo. Partidas interessantes com jogadas inesperadas. Não gosto dos que não vão a jogo quando este já começou. Isso não é uma jogada. É falta de caráter. Aborrecem-me homens com falta de caráter. A esses se faz um xeque-mate na curva. Aborrecem-me os homens desatentos a pormenores. Nem falo dos meus. Os deles. Homens que me vomitam meia dúzia de vinhos excelentes, mas que se trocam todos na hora de combinar a gravata com a camisa. Ou os que me mandam emails ou SMS abreviadas com x’s e k’s. Homens que não sabem que até para se escrever um kridíssima e soar bem é preciso ter um charme natural inatingível à maioria. Aborrecem-me os homens com os seus preconceitos e idéias pré-fabricadas, pré-congeladas e prontas a consumir diante de qualquer fêmea. Aborrecem-me homens de vistas curtas e fasquias baixas. É assim tão complicado para alguns cavaleiros aceitarem que a mesma mulher que sabe que Chardonnay é uma uva e os espargos comem-se com a mão também possa saber mudar o pneu do seu próprio carro? É assim tão complicado perceber que uma mulher que goste de sexo possa ser simultaneamente meiga, carinhosa e preocupada? Aborrecem-me os homens que se acham espertos quando nem inteligentes o são. Aborrecem-me os que têm conhecimento de enciclopédia, mas de vida (a real) não sabem nada. Os que não sabem argumentar, mas que adoram uma discussão em espiral. Gosto de homens com quem consigo trocar impressões sobre todos os assuntos, com discursos eloqüentes dos quais bebo as palavras com o mesmo prazer que bebo um bom vinho. Aborrecem-me os homens que não percebem que entram em mim pelo cérebro. E daí, com passagem (ou não) pelo coração chegam (ou não) ao sexo. O sexo não é um meio nem um fim. Talvez um complemento de algo consistente a complementar. Aborrecem-me os homens. E gosto deles. Mas com 32 anos, sei muito bem o que pretendo dos homens. E abaixo da minha fasquia não vale a pena. É um investimento de alto risco com poucas probabilidades de algum retorno. Porque com esses até o sexo é aborrecido.

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